segunda-feira, dezembro 18, 2006

pieces of every thing

ANI DIFRANCO

"You Each Time"

There you were day after day
Six feet
Twenty feet
Two feet away
Right in my pocket singin me a song
Makin my heart race all day long

And we talked it out and we talked it down
But your eyes were not listening
And my ears were looking around
For another song to sing
But it was you each time
It was you

The answer to each moment must be yes
And the question... can you live with that?
Becomes the test
So you weigh it against that aching in your chest
And that secretly relentless emptiness

And you talk it out and you talk it down
But your eyes are not listening
And my ears are running around
Looking for another song to sing
But it is you each time
It is you

So my heart finally broke
It was so long bent
And it broke in three places
When it finally went
It wanted only to say what it meant
So it suffered every punishment

Now it lives in a shack outside of town
And only the wolves are out there listening
And in her dreams they chase her down
Their moonlit eyes are glistening
And it is you each time
It is you




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|--------almost-----------|> > ALL AT MOST
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quinta-feira, dezembro 14, 2006

Anger


Kübler-Ross grief cycle

Diabos, ando absolutamente insuportável. Já tinha passado por muitos estados estranhos, mas este é inteiramente novo. Diria mesmo que é perigoso estar próximo de mim. O transeunte incauto pode ser surpreendido por um olhar fulminante, ou caso tenha a ousadia de me interpolar por algum motivo ser atacado por uma tal rudeza capaz de fazer acanhar o mais burgesso dos déspotas.

ARRE! Nem o Dantas está neste momento à altura do meu estado de espírito. É uma zanga estúpida, sem direcção. Sei de onde vem e não há nada para culpar, não há ninguém para culpar, e não há ninguém, nem nada capaz de solucionar este problema. O Rilke lá sabia que :
“logo nas coisas mais profundas estamos absolutamente sós. ”
Ás vezes aceitar que algumas coisas não são inteiramente certas e outras sao terrificamente fatais é... insuportável.

Vai acontecer, brevemente. Prazos? Ninguém sabe! É daqui a um mês? É amanha? É daqui a um ano? Ninguém sabe!

Estou corta aos pedaços. Deixei as raízes no Algarve, tenho o tronco em Lisboa e os galhos no Porto. Não sei onde aterrar, estou em queda livre.

Teste de electrónica para a semana... deve ser isso... Descobri hoje o que é um circuito RC.... e que até há uma tal notaçao matemática... os fasores. :S

não sei muito bem o que é a impedância... tenho vergonha! ARRE tenho vergonha de não saber estas coisas! Isto é o básico! Devia conseguir concentrar-me... Z qualquer coisa... relaçao de Euler...

Antes laplace... afinal o laplace era muito fácil. Os diagramas de bode a partir da equação diferencial são brincadeiras que qualquer puto do nono ano consegue fazer com meia dúzia de noções e uma calculadora gráfica.

É tudo tão fácil depois de apreender/compreender.

RAIOS porque é que o dia não tem 42 horas? Porque é que as pessoas não são eternas?



Porque as pessoas não são eternas?

segunda-feira, dezembro 11, 2006

...


Não tenho capacidade. Não sei. Estou... parada. É a iminência da desgraça sem prazos, que me leva nesta enxurrada de inercia. Não tenho onde parar. Não paro em nada e não estou em lugar algum.

Faço e refaço os mesmos cálculos para a transformada de Laplace de um tal sistema e nada me faz sentido. Maldita analise complexa! Desculpas. Não consigo pensar.

Não consigo dormir. Fecho os olhos e não vou para o sono, vou para o inferno. Um qualquer estado de semi consciência.

Vai ser uma semana dos diabos. Queria ir para o algarve no máximo na terça da próxima semana. O tempo escasseia. Maldito tempo escasseia. É nestas alturas que detestamos as responsabilidades, as expectativas. São prisões disfarçadas de catapultas.

Tenho de conseguir abstrair-me. Vou pousar os cornos no Haykin. Provavelmente não serve de muito, mas já dá estalos ao super ego.

A ver se se cala! O FDP.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

reticencia

Não sei por onde começar a escrever. Apesar de racionalmente quase tudo neste mundo ser obrigatoriamente um processo com inicio meio e fim, pelo menos a um nível macroscópico... Sendo apenas ai que residem as nossas emoções, nas coisas sensíveis; com a excepção talvez da comunicação visual, ou da fala.. feita á custa de sinais de luz e som.

Não encontro uma linha de raciocino que elucide o que sinto agora.

Fiquei em pânico. O meu pai está no hospital. Sei porque ele está lá, os motivos recentes e os motivos antigos que justificam que lá esteja. Sabia que este dia ia chegar e sempre pensei coisas diferentes sobre como este dia iria ser. Mas hoje, agora... estas coisas pressentem-se.... Quase sempre se sabe quando principia o inicio do fim.

Nunca consegui lidar com isto. É o paradoxo do ser que ele foi em relação ao ser que eu fui, do que ele se tornou e do que eu sou agora. É uma certa sensação de dividas saldadas que me joga contra os factos como se estivesse a ser esmagada por uma pedra de toneladas.

São planos irrecuperáveis, oportunidades perdidas, tempo jogado ao lixo de um lado e de outro- Inconsciência, inconstância (in)vivência.

É saber que estas coisas não importam racionalmente. Muito pouco do que sentimos pelos outros faz alguma diferença.

Desde que nascemos sabemos que as pessoas não sao eternas. Sabemo-lo porque o primeiro pensamento que tem uma criança que sabe que todas as pessoas vivas tem pais, é faltarem pelo menos os pais dos pais, dos pais da criança. Mas nao temos a noção de que isso aconteça no universo a que agora fomos apresentados. É como uma historia muito antiga, um mito -algo muito longe e de há muito tempo.

Quando finalmente acontece é bizarro! Vive-se na negação tempos e tempos. Ainda não consegui aceitar que a minha avó morreu... na pascoa... Ás vezes é como se ao pensa-la ainda pudesse senti-la. Como se ela estivesse ainda aqui - como se de uma forma estranha pudesse comunicar com ela. Não nos modos usuais de palavras mas numa linguagem especifica de emoções que racionalmente, sei serem apenas reconstruções de memorias.

Tenho um nó no estômago. O barulho da ventoinha do portátil está a dar comigo em louca. É este silencio físico: parece amplificar o pessimismo.

Vou ligar a televisão. Sei que tenho de pensar isto, mas ao menos que seja na companhia de outras vozes. A sic noticias é boa para momentos criticos. Raramente há gargalhadas. É o único som que não poderia ouvir agora. Ás vezes um universo, quase desprovido de emoções é o lugar mais afável para se estar.